sábado, 5 de março de 2011

A IGREJA E O SECULARISMO.


Por: Alexandre Ávila da Rosa


PAULO, escrevendo a 2ª Timóteo, já ao final da jornada, assevera: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos a verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.”

Será que temos chegado ao tempo referido pelo grande apóstolo? “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina...”. O secularismo tem invadido as nossas Igrejas, os princípios bíblicos se relativizaram com justificativas sem qualquer fundamento doutrinário, os que ainda defendem a sã doutrina são taxados de conservadores radicais. Dizem aqueles: é preciso renovar, abrir a mente, a sociedade mudou, os valores são outros, a liturgia tem que ser renovada, salmos e hinos é coisa do século passado, pregação pode ser dispensada e vai por aí a fora.

A advertência do apóstolo João em sua 2ª Carta torna-se cada vez mais oportuna nesta época: “Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más.”

Não é a Palavra de Deus que tem que se adequar ao mundo e sim o contrário. A Bíblia é o manual de Deus aos homens. Esse manual não muda, não poderá ser adaptado ao pecado. Tudo que ofende a santidade de Deus continua sendo pecado. Pecado é pecado, não importa o tempo passado, presente ou futuro. Deus não está sujeito ao tempo, pois sempre existiu, não teve início e nunca terá fim.

Hoje, passados quase 2000 anos, o apóstolo Paulo, ainda nos diria como falou aos Coríntios: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.”

Qual Igreja você prefere? Devido à multiplicidade de Igrejas, temos para todos os gostos. Aquela que vive da Oração, da Palavra de Deus, dos Salmos e Hinos, que prega sobre o pecado e da necessidade de uma vida de santidade na presença de Deus. Há também aquela que “pega fogo”, o Espírito Santo faz descer “fogo do céu” e há multiplicidade de “milagres”- alguns com dia e hora marcada para acontecer. São os detentores da agenda de Deus na terra. Há aquela de acordo com sua conveniência, a palavra pecado é proibida de ser ventilada. Atitudes, comportamentos devem ser tolerados, mesmo em desacordo com os valores absolutos da Bíblia Sagrada. Tudo, em nome do amor, é justificável, afinal os tempos são outros e a Palavra de Deus deve ser contextualizada. A verdade, no entanto, é que a Igreja de Cristo é aquela que prima pela Palavra de Deus, que ora, que não abre mão dos princípios absolutos nela contidos, que ama o pecador, mas não compactua com o pecado, que consola os angustiados de espírito, que dá de comer aos que têm fome.

Quando Paulo escreveu sua Carta a Tito, ele, mais uma vez, asseverou: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” Tito 2: 1. Vemos que a preocupação do grande apóstolo foi sempre com a doutrina. Todavia, o secularismo reinante em nossas Igrejas tem tomado conta do tempo e do pensamento dos fiéis. Igrejas vazias nos trabalhos semanais, desinteresse com os Estudos Doutrinários, Reuniões de Orações, Escolas Dominicais, falta de pontualidade e assiduidade. O descompromisso é geral. Inúmeras justificativas são apresentadas.

Precisamos voltar ao primeiro amor, isto é: compromisso com as coisas de Deus, compromisso com as atividades eclesiásticas da Igreja, zelo para com a Igreja. Lembre-se: seu lugar é muito importante no Rebanho, não o deixe vazio, afinal, Jesus Cristo morreu por você e o preço que Ele pagou foi altíssimo. Façamos a nossa parte, Deus já fez a Dele. Nós seremos os beneficiados.

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