terça-feira, 29 de outubro de 2013

MEU NOVO LIVRO "DESIGREJADOS"


PREFACIADO PELO DR. AUGUSTUS NICODEMUS LOPES
 
  A fé cristã histórica e a experiência eclesial vêm sofrendo nos últimos anos fortes questionamentos. O mais impressionante nesta afirmação é que os ataques não estão sendo deflagrados por intelectuais ou céticos que se situam além das fronteiras da cristandade, mas por cristãos que fazem e ou já fizeram parte de alguma igreja cristã. As razões básicas para as críticas passam pela decepção com promessas feitas em nome de Deus e que nunca se cumpriram, além das práticas e ensinos questionáveis ministrados em ambientes eclesiásticos e a repulsa com os maus exemplos das lideranças (pastores, bispos e apóstolos), resultando na deserção de milhões de cristãos protestantes que engrossam a fileira dos descontentes com a igreja. Diante de um cenário incerto, típico da era pós-moderna, qual será o futuro da Igreja Cristã? 
 
  O niilismo eclesiástico tem sido proposto por críticos do cristianismo oficial como solução para uma igreja que consideram obsoleta e irrelevante no mundo contemporâneo e como alternativa à experiência eclesial convencional. Destarte, almejam um cristianismo completamente despido de formas, estruturas e concretude institucional. Tais anseios estariam de acordo com as Escrituras Sagradas e com a realidade dos ajuntamentos? É possível ser um cristão sem o vínculo eclesial?
 
 
ATENÇÃO!
 
 
R$ 35,00 | 14x21cm | 228 pgs | 300g | ISBN 1381415113
 
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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Frank Viola: Fraude ou Inconsistência?

Esporadicamente recebo mensagens por e-mail de leitores do Frank Viola. Seu polêmico livro, Cristianismo Pagão, já pode ser considerado como uma bíblia dos desigrejados, pois na obra, Viola questiona uma série de práticas que, segundo ele, pouco ou nada tem haver com o cristianismo legítimo.

O argumento principal do autor é que o cristianismo foi influenciado pelo paganismo grego e que este entrou pelas portas da igreja através dos teólogos gentílicos que em face de suas tradições helenistas, incorporaram na liturgia cristã aspectos dos cultos pagãos gregos. Desta forma, elementos como o sermão, o clero, o púlpito, as vestes clericais, os corais, tudo, enfim, fora influenciado pelo helenismo e, portanto, é de fundo pagão e, consequentemente, inadequado para a Igreja de Cristo.

Há dois anos li Cristianismo Pagão. É difícil você ficar indiferente à leitura. Viola escreve em estilo provocativo. O livro é agradável de ler. O fiz em uma única assentada!

Há falhas na argumentação principal de Frank Viola. Ele faz um esforço enorme para mostrar como a Igreja de Cristo distanciou-se dos princípios bíblicos por causa do paganismo com o qual os Pais da Igreja eram envolvidos antes de suas conversões e que continuou os influenciando de alguma maneira, mesmo após confessarem Jesus Cristo.

Para Frank Viola o problema estava com os teólogos da Igreja de origem gentílica, marcados profundamente pelo helenismo que caracterizou o mundo nos tempos de Cristo. Eles são os responsáveis pela absorção por parte da igreja dos conteúdos do paganismo do mundo gentílico. Este é o argumento de Viola.

Destarte, há, como disse acima, falhas na abordagem do polêmico escritor, vejamos:

1 – Os teólogos gentílicos que tanto mal fizeram a Igreja de Cristo (de acordo com Viola), são os mesmos que no de 392 d.C, na cidade de Cartago (Atual Tunísia, Norte da África), declararam a oficialização do Cânon das Escrituras do Novo Testamento. Seria, então, o Cânon do Novo Testamento um produto da mente de pagãos helênicos?

O próprio Novo Testamento foi escrito na língua grega. Ao usar tal idioma, os autores sagrados estariam absorvendo ou se rendendo a uma cultura pagã?

2- Os Concílios (Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia), onde as principais formulações teológicas do cristianismo foram compreendidas e explicadas, também são, estranhamente omitidas na magnum opos de Viola. Será mesmo que púlpitos e vestes clericais têm maior poder de contaminação do que o Cânon e as doutrinas (como a divindade de Cristo, por exemplo)?

Por que será que Frank Viola é silencioso quanto estas expressões da Cristandade? Por que não chama, como conseqüência lógica de sua argumentação, de pagão todo o conteúdo do Novo Testamento e, semelhantemente, todas as doutrinas elaboras nos primeiros e mais importantes concílios eclesiásticos?

Seria medo de se expor e cair em desgraça junto aos cristãos, justamente agora que está vendendo milhares de exemplares nos Estados Unidos e outros países, como o Brasil? Fraude?

Ou será que não percebeu que sua argumentação levaria para tal porto? Inconsistência?

Frank Viola também, no capítulo em que se dedica a questão dos templos (assunto excitante para os desigrejados), não leva em conta que a não utilização de templos no século I não ocorre em função de uma perspectiva teológica, mas sim de um horizonte histórico, pois o cristianismo, desde muito cedo fora perseguido, onde os cristãos tinham as suas casas invadidas e eram presos (At 8.3). Ora, se as reuniões domésticas eram alvos de ataques, imagine, então, se templos fossem construídos? Se a casa não era respeitada, como construir templos? E estamos falando de uma perseguição religiosa empreendida pelos líderes judaicos! Imagine a perseguição promovida pelo Império Romano nos tempos de Nero, Domiciano, Décio e outros? Quando a perseguição termina, as condições ideais para reuniões públicas com horário e local marcados surgem.

Os templos são circunstanciais para o cristianismo, mas para Frank Viola é uma fonte mais que segura de contaminação espiritual. Patético e ridículo, pois paredes e bancos não exercem tal poder e influencia sobre ninguém. Nem para o bem e nem para o mal.

Frank Viola idolatra a igreja do Novo Testamento e ignora que as cartas paulinas foram escritas para resolver os problemas das mesmas. Paulo combate todas as formas de carnalidade da Igreja de Corinto; heresia na igreja de Colossos; legalismos na Galácia; agitação e oportunismo em Tessalônica; divisão e heresia em Éfeso. Ou seja, as igrejas caseiras do Novo Testamento, incipientes e pequenas, eram comunidades complicadas e que exigiram de Paulo atenção e admoestação. A própria Igreja Primitiva tinha problemas e tensões entre seus freqüentadores e também entre os seus próprios líderes como deixam claro as passagens bíblicas de At 5 e 6 e 15.36-40 e Gl 2. 11-14, respectivamente. E as Igrejas citadas em Ap 2.1-32, não ficam de fora das crises.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Desigrejados - Teoria, História e Contradições do Niilismo Eclesiástico.

Dissertação de Mestrado em Ciências da Religião
Banca Examinadora: 24 de junho de 2013. 

Por: Idauro de Oliveira Campos Júnior.


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Niilismo Eclesiástico

Em 2010 o IBGE identificou no censo mais de 4 milhões de cristão protestantes que não possuem vínculo institucional. A nota estatística foi noticia em Revistas como Época, Cristianismo Hoje e em jornais como Folha de São Paulo. Um novo tipo de crente surgiu, então, no cenário protestante brasileiro (o desigrejado).

Dr. Augustus Nicodemus Lopes escreveu em abril de 2010 um artigo cujo título era “ Os Desigrejados”. Ao lê-lo, percebi que estava diante de um campo de pesquisa interessante e resolvi, então, fazê-lo e investi meu tempo entre os anos de 2010 -2013. O resultado disso foi a minha dissertação de mestrado em Ciências da Religião: "Desigrejados - Teoria, História e Contradições do Niilismo Eclesiástico"  Um trabalho de mais de 160 páginas que contém mais de 700 notas de rodapé ( A Banca Examinadora foi realizada em 24 de junho de 2013).





Abaixo, segue alguns dados estatísticos publicados em 2012 no GENIZAH, sobre os Desigrejados no Brasil.


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A PESQUISA
Segundo a pesquisa, os desigrejados são o grupo de evangélicos que declararam comprar mais livros por ano, adquirindo quase 45% mais livros por ano do que a média dos evangélicos com vínculo denominacional.
Já em relação ao tipo de envolvimento com a igreja, os pastores são o grupo de respondentes apresentando a maior média de livros comprados por ano, mas ainda um pouco abaixo da média dos evangélicos "sem vínculo".
Os desigrejados são também o grupo com a maior média de participação em eventos não denominacionais, tais como: congressos, encontros, jornadas, seminários, etc.
Segundo o diretor do BEPEC, Danilo Fernandes, estas observações revelam o interesse deste grupo na manutenção de vínculos de comunhão, ainda que alternativos: “Está claríssimo que o desigrejado se mantem no alvo e busca conhecimento da Palavra. Seja qual for a razão que o afastou da comunhão tradicional, “decepção” com líderes e/ou doutrinas, ou qualquer outra razão, o desigrejado é um interessado pelo conhecimento das Escrituras e o aprimoramento teológico, o que é bem mais do que se pode dizer da maioria”, alfineta Fernandes.
A seguir, alguns highlights da pesquisa:
• O tempo médio de Evangelho (conversão) do desigrejado é de 5,6 anos – não são novos na fé, portanto.
• 63% dos respondentes declarou que voltaria a ter comunhão, caso encontrasse uma comunidade saudável – segundo a sua percepção – e que não apresentasse os vícios e as malversações que os afastaram da comunhão.
• 62% são egressos de denominações neopentecostais com teologia atrelada à confissão positiva.
• 5.3% afirmam que foram em algum momento “disciplinados”. Destes, 72% informam que isto se ocorreu na ultima instituição em que estiveram vinculados.
• 29% informa não pretender vinculo com outra igreja novamente. 62% declara acreditar na possibilidade de um novo vinculo e 9% não sabem (ou não quiseram responder).
• 29% do total de desigrejados informa estar mais propenso a vir participar do movimento de igrejas em casa ou de algum tipo de comunidade alternativa.
• 33% informa estar mais propenso a se vincular a outra comunidade tradicional.
• 12% dos respondentes declarou visitar outras comunidades ocasionalmente em busca de um local para congregar.
A pesquisa foi realizada por meios digitais utilizando a mesma ferramenta - AKNA SURVEY - em uso pelo IBOPE e outras grandes empresas. A investigação fez uso do cadastro do BEPEC com 1,8 milhão de evangélicos cadastrados. A metodologia empregou amostragem estratificada proporcional, segundo a participação dos grandes grupos da população evangélica na população brasileira (pentecostais, reformado, tradicionais e neopentecostais). Os respondentes totalizaram 1062 por grupo.
Sendo uma pesquisa ad hoc, os dados completos não estão disponíveis para o público. A divulgação deste resumo foi autorizada pelo contratante para a apresentação, em primeira mão, no evento global do Tribal Generation 2012 pelo diretor do BEPEC, Danilo Fernandes.




Atenciosamente,


Idauro Campos -

Pastor da Igreja Congregacional de Niterói.

terça-feira, 14 de maio de 2013

 Fundamentos do Engajamento Missionário: 


POR: Idauro de Oliveira Campos Júnior


Texto: Atos dos Apóstolos 13.1-4.



Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Sant, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".




Na Igreja de Antioquia (moderna Antakya, na Turquia) Paulo e Barnabé atuavam como profetas e mestres, servindo a Deus na edificação da igreja. Não eram os únicos ministros, porquanto Simeão, Lúcio e Manaém também são citados como obreiros daquela comunidade de fé. Serviam todos com jejuns e oração até quando o Espírito Santo falou à igreja, ordenando a separação de Barnabé e Paulo para a obra missionária. A igreja de Antioquia, reconhecendo a direção do Espírito Santo, os liberou, impondo sobre os mesmos as mãos, em um ato litúrgico de consagração. Destarte, partiram Barnabé e Saulo para aquela que seria a primeira, dentre três, das famosas viagens missionárias, às quais importantes comunidades de fé seriam plantadas (especialmente através de Paulo) e cujas narrativas seriam conhecidas posteriormente por toda a cristandade. As conhecidas igrejas de Corinto, Filipos, Tessalônica, Éfeso, entre outras, que, dentro de alguns anos, receberiam cartas apostólicas enviadas por Paulo, surgiram no contexto das viagens missionários do mesmo.

O Texto em questão pode nos ajudar em uma reflexão sobre os fundamentos do engajamento missionário de uma igreja. Vejamos:

1-      Deus usa na Obra Missionária geralmente aqueles que são comprometidos na igreja local.

a)  O texto de Lucas chama atenção para o ministério desenvolvido por Barnabé e Paulo (profetas e mestres – vs 1) e, além disso, o autor nos informa que eles “serviam ao Senhor” (vs 2). Ou seja, Paulo e Barnabé eram atuantes no contexto da igreja em Antioquia. A iniciação ministerial deles não se deu no “campo missionário”, mas, antes disso, ou seja, na própria comunidade de fé em que estavam inseridos, onde depositavam seus dons e talentos.

b)  Cometemos um erro crasso como igreja quando lançamos no campo missionário obreiros sem nenhuma experiência ministerial básica. Há pessoas que se dispõem atuar em uma frente missionária, sem nunca terem participado de frentes de evangelização, sem nunca terem visitado hospitais e asilos, sem qualquer experiência na abordagem evangelística em praças públicas e afins ou até mesmo entre seus vizinhos, familiares e amigos que poderiam servi-lhes de estágio, experiência e preparo.

c)  Curiosamente há “obreiros” que rejeitam e desprezam o engajamento na igreja local, alegando que o chamado que receberam “é para missões”. Aliás, lembro-me de um seminarista que conheci com esse discurso. Posso dizer que era um tanto irresponsável com os compromissos de sua igreja, pois, conforme ele próprio afirmava, “não queria nada com a igreja”, mas sim e apenas com o campo missionário. Contraditório! Absurdo! Antibíblico!

d)  As Escrituras Sagradas parecem sugerir que os homens comissionados por Deus para tarefas importantes eram indivíduos de atuação antes mesmos de “estrearem” em um ministério específico. São os exemplos de Moisés (que “apascentava o rebanho de Jetro” – Ex 3.1); de Gideão (que “malhava trigo no lagar” – Jz 6.11); de Davi (“que estava apascentando as ovelhas” – 1 Sm 16.11); de André e Pedro (que “lançavam redes ao mar” – Mt 4.18); de João e Tiago (no barco “consertando as redes” – Mt 4.21); de Mateus (“assentado na coletoria” dos impostos – Lc 5.27) e de Saulo de Tarso, que comissionado pelo sumo sacerdote (At 9.1) empregava suas energias na perseguição dos cristãos (At 8.3; 9.2). Podemos concluir destas passagens que Deus não entrega grandes e sublimes responsabilidades ministeriais nas mãos de indolentes e irresponsáveis.


2-       Não São Todos os Chamados Para Deixar a Igreja:

a)  Perceba que Lucas cita os nomes de cinco obreiros da Igreja em Antioquia: Barnabé, Simeão, Lúcio, Manaém e Saulo. Entretanto, apenas dois (Barnabé e Saulo) são chamados pelo Espírito Santo para deixarem a comunidade em direção às terras longínquas. Até onde sabemos Simeão, Lúcio e Manaém continuaram servindo a Deus na Igreja em Antioquia. Não ficaram constrangidos ou diminuídos por não terem sido escolhidos pelo Espírito Santo para a tarefa à qual somente Paulo e Barnabé foram designados e tampouco houve qualquer vaidade no coração destes, julgando serem obreiros mais dignos e merecedores da tarefa do que os outros três.

b)  Todos nós somos chamados por Deus para trabalhar na “Grande Comissão” (Mt  28.19-20), mas, não significa necessariamente que todos deixaremos nossas famílias, empregos e igrejas locais em direção “aos confins da terra” para evangelizar. Muitos assim farão, conforme chamado e vocação. Porém, muitos outros não, atuando mais nas áreas da intercessão, da capitação e envio de recursos e estruturação de planejamentos e estratégias missionárias.

c)   A pressão psicológica que alguns amantes de missões colocam sobre os demais irmãos é imoral e insuportável. Não são poucos os crentes que saem dos cultos missionários sentindo-se culpados e imprestáveis. Isso não é saudável! Não é bíblico! Não vem do Espírito Santo! A atuação presencial de um obreiro à frente de um campo missionário tem haver não tanto e apenas com seu coração servil, mas com o dom que recebeu para este fim. É o Espírito Santo quem distribui os dons (1 Co 12.4-13) e alguns receberão o dom típico dos apóstolos (Ef 4.11) e serão enviados para os campos na sublime e árdua tarefa de desbravarem as áreas para o Evangelho de Jesus Cristo. Outros serão chamados pelo mesmo Espírito Santo para atuarem no seio da comunidade como profetas, evangelistas, pastores/mestres, ou atuando em outros ministérios (Rm 12.4-8,13), igualmente importantes.

d)   Não são poucos os obreiros que deixaram a família, os estudos, o emprego e a igreja local em direção ao campo missionário sem o devido chamado do Espírito Santo e que, inevitavelmente, fracassaram na tarefa, voltando destroçados e com uma enorme decepção acerca da obra de Deus. Acontece que Deus mesmo não tem nada com isso, pois nunca os chamou. Nunca os mandou para o Campo Missionário. Campo Missionário não é aventura. Não é local para se adquirir experiência. Não é lugar para desencargo de consciência culpada. Campo Missionário é lugar de trabalho árduo e sistemático. Somente os chamados pelo Espírito Santo devem entrar nele. Os que não foram, sintam-se felizes nas tarefas recebidas por Deus para desempenhar e envolvam-se na Grande Comissão nas muitas outras áreas que são fundamentais para a realização e sustento da Obra Missionária.

3-       Quem Designa Para a Obra Missionária é o Espírito Santo:

a)          Perceba o que diz o Espírito Santo à Igreja em Antioquia: “Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (vs 2). Além disso, Lucas também diz que ambos foram “enviados, pois, pelo Espírito Santo” (vs 4). É claro, portanto, que o Espírito de Deus era o autor e agente do despertamento missionário de Saulo e Barnabé. Ambos não agiram por si mesmos, mas sim reagiram ao chamado que receberam do Senhor. Esse é o padrão das Escrituras Sagradas no que tange ao chamado ministerial. Deus chama, vocaciona e direciona enquanto, nós, seus servos, ouvimos Sua voz, reconhecemos o chamado e o atendemos. Foi assim com Abraão (Gn 12.1); com Moisés (Ex 3.10); com Josué (Js 1. 1-9) com Isaias (Is 6. 1.9); com Jeremias (Jr 1.4-10); com Ezequiel  (Ez 2.1-2); com Jonas (Jn 1.1). Nenhum desses grandes homens de Deus por mais piedosos e espirituais que tenham sido jamais se lançaram na tarefa ministerial que caracterizaram e marcaram suas vidas, sem antes terem sido provocados pelo chamado de Deus. Muitos, inclusive, não queriam a tarefa (Moisés, Jeremias e Jonas, por exemplo), mas, constrangidos e convencidos, terminaram obedecendo ao chamado irresistível do Espírito. A chancela do Espírito Santo é o ponto de partida de nossos ministérios e é o que garantirá êxito no exercício dos mesmos.

b)          O próprio Senhor Jesus Cristo tem na unção e experiência pneumatológica parte integrante e fundamental do início do seu ministério público (Mt 3.13-17).

c)          Para o bom desempenho da atividade missionária os obreiros precisarão do despertamento, chamado, vocação, direção, unção, chancela, fogo, poder e paixão do Espírito Santo. Sem Ele a Obra Missionária fracassará.



4-       A Igreja Reconhece os Verdadeiros Vocacionados Para a Obra Missionária:

a)          O Espírito Santo falou à igreja em Antioquia acerca de Saulo e Barnabé. E, em consequência, a igreja reconhecendo-os como separados e vocacionados pelo Espírito os liberou ”jejuando, orando e impondo sobre eles as mãos, os despediram” (vs 3). A igreja de Deus não tem dificuldades em reconhecer àqueles que estão sendo chamados pelo Espírito para a Obra Missionária. E por quê? Simples. O Espírito que falou aos vocacionados é o mesmo Espírito que falará à igreja acerca daqueles aos quais Ele está chamando.

b)          Homens e mulheres despertados para a Obra Missionária ou qualquer outro ministério não precisam lutar contra a igreja, exigindo reconhecimento. O próprio Espírito de Deus, autor da vocação, convencerá à igreja e seus líderes sobre.

c)          Charles Haddon Spurgeon, célebre ministro batista do século XIX, afirmou a importância do piedoso julgamento da igreja” como evidência de nossa vocação ministerial. Charles Spurgeon referiu-se aos pastores, mas, na verdade, podemos usar o sábio critério do “Príncipe dos Pregadores” e aplicá-lo para todos os ministérios. O reconhecimento dos santos é sinal e evidência do chamado dos Obreiros.

d)          Lembro-me de uma frase que ouvi do Rev. Zefanias Lima, veterano ministro da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (UIECB), ao nos lembrar que “aquele que é chamado por Deus para um ministério não causa surpresa à igreja”. A igreja naturalmente reconhece.

e)          Não são raros os seminaristas que reclamam com seus professores acerca da falta de reconhecimento por parte da igreja em relação às suas aspirações para o Campo Missionário ou para o púlpito de uma igreja local. Embora reconheça a possibilidade de igrejas e líderes serem tão carnais a ponto de não ouvirem e entenderem a voz de Deus e até mesmo de pastores inseguros não estimularem aos jovens vocacionados por temerem a sombra dos mesmos, contudo, a maior probabilidade é de que a falta de reconhecimento se dá mesmo em face da falta de vocação e chamado.

5-       O Melhor Para Missões:

a)  Saulo e Barnabé eram grandes obreiros. Ministros de Deus de elevadíssima envergadura moral, ministerial e espiritual (At 4.36-37). Eram maduros e capacitados para o ministério e, mesmo fazendo falta e criando prováveis lacunas na igreja em Antioquia, a mesma os liberou. Nenhuma dificuldade foi criada pelas lideranças na liberação daqueles dois grandes servos de Deus. Quanta falta de visão quando queremos “segurar na igreja” os melhores obreiros e enviamos para os Campos Missionários obreiros de capacidade mediana ou até questionável!

b)  Rev. Edson Queiroz, ministro batista e uma das maiores autoridades no país em Missões, roga que ofereçamos para Missões o nosso melhor. A melhor oferta! A melhor conferência! A melhor data no calendário eclesiástico! Podemos acrescentar ao seu apelo “os melhores obreiros”. Afinal, no time da Obra Missionária jogaram estrelas como Adoniram Judson, Hudson Taylor, Willian Carey, David Livingstone, Robert Raid Kalley, David Brainerd, J.Elliot, Nikolaus Ludwig Von Zinzendorf, Salomão Luiz Ginsburg, Ashebell Green Simonton, William Banister Forsyth, São Patrício, Silas, Barnabé, Saulo de Tarso e muitos, muitos outros.

A Igreja de Jesus Cristo é uma igreja missionária. Entretanto, ela não precisará sofrer para fazer missões, pois o Espírito Santo está em seu meio. Ele é o ponto de partida da Obra Missionária. Que O Espírito de Deus visite nossas igrejas congregacionais e faça conosco como fez com a Igreja em Antioquia! Que Assim seja! Amém!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

A Verdadeira Espiritualidade: Profissão de Fé, Adoração e Missão.

Francis August Schaeffer (1912-1984), teólogo presbiteriano, definiu com precisão que “a verdadeira espiritualidade” somente poderia ser desfrutada na vida cristã. A declaração categórica fora feita em 1971 na publicação de seu livro, “True Spirituality” (A Verdadeira Espiritualidade) e, na ocasião, os ventos da pós-modernidade ainda não eram tão fortes e destruidores como os da presente era. Contudo, Schaeffer percebeu a necessidade de apontar a singularidade do cristianismo e o seu benefício resultante, isto é, a fé cristã é a única expressão religiosa capaz de proporcionar uma espiritualidade sadia e verdadeira, pois é a única voz no mundo que proclama Jesus Cristo, Filho de Deus, como o salvador dos homens e doador da vida. 

Fala-se muito em espiritualidade hoje em dia. Na verdade o tema está na moda há quase uma década. Livros, conferências, workshops e até palestras nos ambientes empresariais estão sendo oferecidos, abordando a importância da espiritualidade na vida do homem contemporâneo. Todavia, muito desse novo interesse vem marcado por um sincretismo religioso em muitos casos, por experiências sensoriais de caráter esotérico em outros tantos, ou, ainda, por uma espiritualidade desengajada e descomprometida com a eclésia ou qualquer forma de vínculo comunitário/institucional. Em outras palavras, muitos querem se conectar com o divino, mas não querem assumir compromissos que decorrem de uma vida espiritual autêntica. 

Profissão de fé (reconhecimento e confissão da singularidade e exclusividade soteriológica do Senhor Jesus Cristo), adoração (louvor, oração, eucaristia e leitura das Escrituras Sagradas) e missão (aplicação das Escrituras Sagradas, engajamento eclesial, batismo, comunhão, serviço ao próximo, prática missional, ética, missão integral) são elementos que decorrem de uma espiritualidade que nasce do encontro do pecador com Jesus Cristo, Filho de Deus, Homem/Deus. 

Tentar ser espiritual e negligenciar tais compreensões é negação e desperdício de uma fé cristã genuína e, consequentemente, da verdadeira espiritualidade. 
Os pastores Ricardo Barbosa e Nelson Bomilcar nos ajudarão a compreender o que é a vida espiritual e como experimentá-la diante dos desafios do século XXI. 

Soli Deo Gloria!!!

Rev. Idauro Campos