quarta-feira, 29 de maio de 2013

Niilismo Eclesiástico

Em 2010 o IBGE identificou no censo mais de 4 milhões de cristão protestantes que não possuem vínculo institucional. A nota estatística foi noticia em Revistas como Época, Cristianismo Hoje e em jornais como Folha de São Paulo. Um novo tipo de crente surgiu, então, no cenário protestante brasileiro (o desigrejado).

Dr. Augustus Nicodemus Lopes escreveu em abril de 2010 um artigo cujo título era “ Os Desigrejados”. Ao lê-lo, percebi que estava diante de um campo de pesquisa interessante e resolvi, então, fazê-lo e investi meu tempo entre os anos de 2010 -2013. O resultado disso foi a minha dissertação de mestrado em Ciências da Religião: "Desigrejados - Teoria, História e Contradições do Niilismo Eclesiástico"  Um trabalho de mais de 160 páginas que contém mais de 700 notas de rodapé ( A Banca Examinadora foi realizada em 24 de junho de 2013).





Abaixo, segue alguns dados estatísticos publicados em 2012 no GENIZAH, sobre os Desigrejados no Brasil.


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A PESQUISA
Segundo a pesquisa, os desigrejados são o grupo de evangélicos que declararam comprar mais livros por ano, adquirindo quase 45% mais livros por ano do que a média dos evangélicos com vínculo denominacional.
Já em relação ao tipo de envolvimento com a igreja, os pastores são o grupo de respondentes apresentando a maior média de livros comprados por ano, mas ainda um pouco abaixo da média dos evangélicos "sem vínculo".
Os desigrejados são também o grupo com a maior média de participação em eventos não denominacionais, tais como: congressos, encontros, jornadas, seminários, etc.
Segundo o diretor do BEPEC, Danilo Fernandes, estas observações revelam o interesse deste grupo na manutenção de vínculos de comunhão, ainda que alternativos: “Está claríssimo que o desigrejado se mantem no alvo e busca conhecimento da Palavra. Seja qual for a razão que o afastou da comunhão tradicional, “decepção” com líderes e/ou doutrinas, ou qualquer outra razão, o desigrejado é um interessado pelo conhecimento das Escrituras e o aprimoramento teológico, o que é bem mais do que se pode dizer da maioria”, alfineta Fernandes.
A seguir, alguns highlights da pesquisa:
• O tempo médio de Evangelho (conversão) do desigrejado é de 5,6 anos – não são novos na fé, portanto.
• 63% dos respondentes declarou que voltaria a ter comunhão, caso encontrasse uma comunidade saudável – segundo a sua percepção – e que não apresentasse os vícios e as malversações que os afastaram da comunhão.
• 62% são egressos de denominações neopentecostais com teologia atrelada à confissão positiva.
• 5.3% afirmam que foram em algum momento “disciplinados”. Destes, 72% informam que isto se ocorreu na ultima instituição em que estiveram vinculados.
• 29% informa não pretender vinculo com outra igreja novamente. 62% declara acreditar na possibilidade de um novo vinculo e 9% não sabem (ou não quiseram responder).
• 29% do total de desigrejados informa estar mais propenso a vir participar do movimento de igrejas em casa ou de algum tipo de comunidade alternativa.
• 33% informa estar mais propenso a se vincular a outra comunidade tradicional.
• 12% dos respondentes declarou visitar outras comunidades ocasionalmente em busca de um local para congregar.
A pesquisa foi realizada por meios digitais utilizando a mesma ferramenta - AKNA SURVEY - em uso pelo IBOPE e outras grandes empresas. A investigação fez uso do cadastro do BEPEC com 1,8 milhão de evangélicos cadastrados. A metodologia empregou amostragem estratificada proporcional, segundo a participação dos grandes grupos da população evangélica na população brasileira (pentecostais, reformado, tradicionais e neopentecostais). Os respondentes totalizaram 1062 por grupo.
Sendo uma pesquisa ad hoc, os dados completos não estão disponíveis para o público. A divulgação deste resumo foi autorizada pelo contratante para a apresentação, em primeira mão, no evento global do Tribal Generation 2012 pelo diretor do BEPEC, Danilo Fernandes.




Atenciosamente,


Idauro Campos -

Pastor da Igreja Congregacional de Niterói.

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