segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eliseu e o Machado

Eliseu e o Machado

POR: Charles Loreti

A história mais popular sobre um cientista é a da maçã de Isaac Newton (1643-1727), cientista inglês que em 1682 descreveu a lei da gravidade. Se por um lado essa história é um mito, o fato é que dela surgiu uma grande oportunidade para se investigar mais sobre a Gravidade da Terra. Essa história envolve muito humor e reflexão. Muitas charges sugerem que a maçã bateu realmente na cabeça de Newton quando este se encontrava num jardim, sentado embaixo de uma macieira, e que seu impacto fez com que de algum modo, ele ficasse ciente da força da gravidade e como se perguntasse: "por que ao invés da maçã flutuar, ela caiu?". Pois bem, se Newton tivesse dado crédito ao relato bíblico da flutuação do machado, provavelmente teria chegado à sua tese mais cedo, pois ao observar o fato teria dito algo parecido com:“porque somente por meio de uma intervenção divina o machado flutuou? O que faz as coisas serem atraídas sempre para o chão?” Se tivéssemos um vídeo da cena de Eliseu e o machado ficaríamos admirados, e com certeza seria capa da revista Superinteressante do mês seguinte; porém como sabemos que a Escritura Sagrada é inerrante e infalível não necessitamos de tal acessório ao texto sagrado.
Mas, o que há de tão importante neste texto? O que Deus quer nos ensinar com este episódio? Era realmente necessário realizar um milagre naquela hora? A preocupação do discípulo justifica Deus trazer possibilidade na impossibilidade? Qual foi o papel de Eliseu nesta história? Cremos que os tópicos abaixo nos apontarão um caminho à estas perguntas.
1. O milagre trouxe consolo
Servimos a um Deus pessoal, e que trata pessoalmente com cada um de nós. O nosso Deus que se relaciona com seus filhos, sempre tem o desejo de nos consolar e nos confortar. O episódio fidedigno relatado na Escritura Sagrada nos traz à luz a preocupação, a ansiedade de um dos discípulos de Eliseu, onde a ferramenta que conseguiu emprestada (machado) se desprendeu do cabo e foi parar no fundo do rio. Diante deste evento, o discípulo se angustia perante o fato ocorrido, não porque perdera simplesmente o machado, e sim pelo fato dele ser emprestado, e teria que prestar conta dele. Concluímos daí que o rio era profundo, pois se não fosse não haveria com que se preocupar, bastava entrar no rio e procurá-lo com diligência e pronto, resolvido o problema. Mas esta impossibilidade trouxe grande desconforto ao coração do discípulo; mas e daí, porque se dar tanta importância a este fato? Perdeu? Vai em qualquer loja de “material de construção” e compre outro, pronto! Simples de resolver.
Há primeira vista poderíamos pensar que foi um episódio banal e desnecessário para fazer parte da galeria dos textos que entraram para as Escrituras Sagradas. Por acaso não teria outro fato mais sobrenatural para ser escrito no livro dos Reis? A questão não é essa. Deus quer nos ensinar que ele se preocupa conosco nos mínimos detalhes, ele quer trazer conforto e consolo aos nossos corações, mesmo que o fato que esteja financionando tristeza ao nosso coração seja “aparentemente banal”. Deus se importa conosco!
A situação pode parecer sem valor para mim e você, mas não era para aquele discípulo. Deus quis confortar o seu coração com aquele milagre realizado por Eliseu.
Da mesma forma, os nossos problemas, anseios e fatos que nos angustiam, não são banais aos olhos de Deus. Como Deus pessoal que é, ele pessoalmente nos confortará e trará consolo aos nossos corações, seja por meio de um profeta, seja por meio de sua palavra, ou por meio de intervenções sobrenaturais em nossa vida. Deus se preocupa conosco! Qual é a nossa dificuldade? Qual é o nosso problema? Qual é a nossa dor? O Deus de toda consolação está ciente do que se passa conosco e está sempre pronto a nos socorrer (Sl. 107.6, 13, 19, 28).
2. O milagre resolveu uma questão pessoal
Já cometamos no tópico acima um pouco sobre o Deus pessoal, agora queremos aprofundar esta verdade imutável.

Em nossa Confissão de Fé logo no artigo 1º diz que: “Existe um só Deus, vivo e pessoal...” Esta personalidade de Deus (intelecto, sensibilidade, vontade) faz com que ele se senbilize com as nossas mazelas, agindo a nosso favor com sua graça.
Talvez você esteja debaixo dos escombros da vida que ruiu, com o coração palpitando de preocupações, aflições e tormentos, mas o mesmo Deus que usou Eliseu para trazer paz ao coração do discípulo é o mesmo que com sua bondade, amor e graça quer trazer paz ao coração contrito e quebrantado.
Eliseu foi peça fundamental neste processo de Deus para ministrar ao coração do discípulo. Ele como bom e fiel servo do Senhor socorreu o amado irmão, porque teve sensibilidade para ouvir a orientação de Deus. Creio que além de sua santa palavra, o Pai poderá usar seus servos para confortar e consolar nossos corações nos dias de hoje, assim como usou Eliseu.
3. O conforto da presença do homem de Deus
Caio Fábio certa vez usou uma expressão muito interessante para se referir a uma pessoa “chata”: “chato é aquela pessoa que está ao seu lado, mas não consegue te fazer companhia.” O livro de Provérbios em relação a isto, nos dá um valioso conselho: “Quem anda com os sábios será sábio...” daqui surgiu o dito popular “diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és”. O profeta Eliseu era um homem temente a Deus, era sensível à voz do Senhor, foi discípulo de outro grande profeta (Elias) com quem aprendeu a se relacionar com o grande EU SOU, era um homem que tinha a porção dobrada do Espírito. Os discípulos que estavam com Eliseu sabiam disso, e não é de se estranhar que issistissem que ele fosse junto com eles cortar madeira.
No momento da dificuldade sabiam que Eliseu teria uma solução; imediatamente após o ocorrido, o discípulo vira-se para o profeta e exclama: “Ai! Meu senhor!”, buscando no profeta Eliseu um socorro, pois cria que um homem de Deus sempre terá uma palavra de Deus, um conselho vindo da parte de Deus, uma orientação para enfretarmos as dificuldades. Neste caso, Eliseu realiza um milagre, milagre este que desafiou a lei da gravidade, trazendo então alívio à um coração aflito.
Temos andado na companhia de homens de Deus? As Escrituras nos advertem que “as más conversações corrompem os bons costumes.”
Conclusão:
Precisamos saber e crer que nosso Pai tem prazer em abençoar seus filhos e socorrê-los em suas demandas, pois de fato ele é o nosso socorro bem presente na hora da angústia. Porém, isto em momento nenhum significa que ele satisfará todas as nossas necessidades, quanto a isto, dependerá da sua soberana vontade e como diz a Drª Glaucia Medeiros: “sempre existe uma benção oculta por tráz do não de Deus”. Eliseu foi a pedagogia que Deus utilizou para ensinar aquele discípulo e a nós também. Que o Eterno nos abençoe com paz!

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