terça-feira, 13 de abril de 2010

Primeira Confissão de Fé no Brasil para Brasileiros

Primeira Confissão de Fé no Brasil para Brasileiros

POR: CHARLES LORETI

Os Vinte e oito artigos da "BREVE EXPOSIÇÃO DAS DOUTRINAS FUNDAMENTAIS DO CRISTIANISMO" foram lavrados pelo Dr. Robert Reid Kalley em 02 de outubro de 1874 e aprovados em 02 de julho de 1876 e este documento, de memorável valor histórico, consagrou-se como síntese doutrinária das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil.
A aceitação destas "Doutrinas Fundamentais" serviu de base para rejeição de várias doutrinas antibíblicas e encorajou os congregacionais ao crescimento e a implantação sólida e definitiva desta Grande Denominação.
Esta necessidade surgiu mediante Kalley observar que os novos convertidos (brasileiros) chegavam à Igreja Evangélica Fluminense (fundada em 2 de Julho de 1858 sendo a primeira igreja evangélica com cultos em língua portuguesa para os brasileiros e onde também foi batizado o primeiro brasileiro cujo nome era Pedro Nolasco de Andrade) e estes precisavam ser instruídos nas doutrinas básicas da fé cristã, antes de receberem o batismo.

OBS: Embora os dezesseis artigos escrito pelos huguenotes no Rio de Janeiro ficassem conhecido como a Confissão de Fé da Guanabara em 1558, está não serviu à Igreja Brasileira, foi um documento importante, porém só surgiu porque Villegaignon forçou os huguenotes a escreverem sua fé e mediante a escrita os enforcou e os lançou na baía de Guanabara. Já a confissão de Fé escrita pó Robert Reid Kalley, foi escrita para novos convertidos e estes brasileiros na primeira Igreja evangélica com cultos em língua portuguesa.

Eis a Confissão de Fé:

ARTIGO 1
Do Testemunho da Natureza Quanto à Existência de Deus.
“Existe um só Deus, vivo e pessoal; Suas obras no céu e na terra manifestam, não meramente que existe, mas que possui sabedoria, poder e bondade tão vastos que os homens não os podem compreender; conforme sua soberana e livre vontade governa todas as coisas”.

ARTIGO 2
Do Testemunho da Revelação a Respeito de Deus e do Homem
“Ao testemunho das Suas obras Deus acrescentou informações a respeito de Si mesmo e do que requer dos homens. Essas informações se acham nas escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento, nas quais possuímos a única regra perfeita para nossa crença sobre o Criador e preceitos infalíveis para todo nosso proceder nesta vida”.

ARTIGO 3
Da Natureza dessa Revelação
“As escrituras Sagradas foram escritas foram escritas por homens santos, inspirados por Deus, de maneira que as palavras que escreveram são palavras de Deus. Seu valor é incalculável e devem ser lidas por todos os homens”.

ARTIGO 4
Da Natureza de Deus
“Deus, o Soberano Proprietário do universo, é espírito, eterno, infinito, e imutável, em sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”.

ARTIGO 5
Da Trindade na unidade
“Embora seja um grande mistério que existam diversas Pessoas em um só Ente, é verdade que na Divindade há uma distinção de Pessoas, indicada nas escrituras Sagradas pelos nomes Pai, Filho, Espírito santo e pelo uso dos pronomes Eu, Tu, Ele, empregados por Elas mutuamente entre Si”.

ARTIGO 6
Da Criação do Homem
“Deus tendo preparado este mundo para a habitação do gênero humano, criou o homem, constituindo-o de uma alma que é espírito, e de um corpo composto de matérias terrestre. O primeiro homem foi feito à semelhança de Deus, puro, inteligente e nobre, com memória, afeições e vontade livre, sujeito àquele que o criou, mas com domínio sobre todas as outras criaturas deste mundo”.

ARTIGO 7
Da Queda do homem
“O homem assim dotado e amado pelo criador era perfeitamente feliz; tentado por um espírito rebelde (chamado por Deus”Satanás”), desobedeceu ao seu criador; destruiu a harmonia em que estivera com Deus; perdeu a semelhança divina; tornou-se corrupto e miserável; deste modo vieram sobre ele a ruína e morte”.

ARTIGO 8
Das Conseqüências da Queda
Estas não se limitaram ao primeiro pecador. Seus descendentes herdaram dele a pobreza, a desgraça, e a inclinação para o mal, e a incapacidade de cumprir bem o que Deus manda; por conseqüência todos pecaram, todos merecem ser condenados, e de fato todos morrem”.


ARTIGO 9
Da Imortalidade da Alma
“A alma humana não acaba quando o corpo morre. Destinado por seu Criador a uma existência perpétua, contínua capaz de pensar, desejar, lembrar-se, do passado e gozar da mais perfeita paz e regozijo; e também de temer o futuro, sentir remorso e horror e sofrer agonia agonias tais que mais quereria acabar do que continuar a existir; o pecador, pela rebelião contra seu Criador, merece para sempre está miséria, que é chamada por Deus a “segunda morte”.

ARTIGO 10
Da Consciência e do Juízo
“Deus constituiu a consciência juiz da alma do homem. Deu-lhe mandamentos pelos quais se decidissem todos os casos, mas reservou para Si o julgamento final, que será em harmonia com Seu próprio caráter. Avisou aos homens da pena com que punirá toda injustiça, maldade, falsidade e desobediência ao Seu governo; cumprirá Suas ameaças, punindo todo o pecado em exata proporção à culpa”.

ARTIGO 11
Da Perversidade do Homem e do Amor de Deus
“Deus, vendo a perversidade, a ingratidão e o desprezo com que os homens lhe retribuem seus benefícios, e o castigo que merecem, cheio de misericórdia compadeceu-se deles; além disso, amou-os e mandou declarar-lhes, em palavras humanas, Sua imensa bondade para com eles. E quando os pecadores nem com tais palavras se importavam, Ele lhes deu a maior prova de Seu amor enviando-lhes um salvador que os livrasse completamente da ruína e da miséria, da corrupção e condenação e os restabelecesse para sempre no Seu favor”.

ARTIGO 12
Da Origem da Salvação
“Esta salvação, tão preciosa e digna do Altíssimo (porque está inteiramente em harmonia com Seu caráter), procede do infinito amor do Pai, que deu Seu Unigênito Filho para Salvar os Seus inimigos”.

ARTIGO 13
Do Autor da Salvação
“Foi adquirida, porém, não com ouro nem com prata, mas com Seu sangue; pois tomou para Si um corpo humano e alma humana, preparados pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem; assim sendo Deus e continuando a sê-lO, se fez homem. Nasceu da virgem Maria, viveu entre os homens, como se conta nos Evangelhos; cumpriu todos os preceitos divinos, e sofreu a morte e a maldição como o substituto dos pecadores, ressuscitou e subiu aos céus, ali intercede pelos Seus remidos; e para valer-lhes tem todo poder no céu e na terra. É nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que oferece, de graça, a todo pecador, o pleno proveito de Sua obediência e sofrimentos, e o assegura a todos os que crendo nEle anceitan-nO por seu Salvador”.

ARTIGO 14
Da Obra do Espírito Santo no Pecador
“O espírito Santo enviado pelo Pai e pelo Filho, usando das palavras de Deus, convence o pecador de seus pecados e da sua ruína, mostra-lhe a excelência do Salvador, move-o a arrepender-se, a aceitar e a confiar em Jesus Cristo. Assim produz a grande mudança espiritual chamada “nascer de Deus”. O pecador nascido de Deus está desde já perdoado, justificado e salvo; tem a vida eterna e goza das benções da salvação”.

ARTIGO 15
Do Impenitente
“Os pecadores que não creram no salvador, e não aceitaram a salvação que lhes está oferecida de graça, hão de levar a punição das suas ofensa, pelo modo e no lugar destinados para os inimigos de Deus”.

ARTIGO 16
Da Única Esperança de Salvação
“Para os que morrerem sem aproveitar-se desta salvação, não existe no porvir além da morte um raio de esperança. Deus não deparou remédio para os que, até o fim da vida neste mundo, perseveram nos seus pecados. Perdem-se. Jamais terão alívio”.

ARTIGO 17
Da Única Obra do Espírito Santo no Crente
“O Espírito Santo continua a habitar e operar naqueles que faz nascer de Deus; esclarece-lhes a mente mais e mais com as verdades divinas, eleva e purifica-lhes as afeições, adiantando neles a semelhança de Jesus; estes frutos do espírito são provas de que passaram da morte para vida, e que são de Cristo”.

ARTIGO 18
Da União do Crente com Cristo e o Poder para o Serviço
Aqueles que têm o Espírito de Cristo estão unidos com Cristo e, como membros do Seu corpo, recebem a capacidade de servi-lO. Usando desta capacidade procuram viver, e realmente vivem, para a glória de Deus seu Salvador.

ARTIGO 19
Da União do Corpo de Cristo
A Igreja de Cristo no céu e na terra é uma só, e compõe-se de todos os sinceros crentes no Redentor, os quais foram escolhidos por Deus, antes de haver mundo para serem chamados e convertidos nesta vida, e glorificados durante a eternidade.

ARTIGO 20
Dos Deveres dos Crentes
É de obrigação aos membros de uma igreja local – reunirem-se para fazer orações e dar louvores a Deus, estudarem Suas palavras, celebrarem os ritos ordenados por Ele, valerem uns aos outros e promoverem o bem de todos irmãos --, receberem entre si como membros aqueles que o pedem e que parecerem verdadeiramente filhos de Deus pela fé, -- excluírem aqueles que depois mostram, pela desobediência aos preceitos do Salvador, que não são de Cristo --, e procurarem o auxílio e proteção do espírito Santo em todos os seus passos.

ARTIGO 21
Da Obediência dos Crentes
Ainda que os salvos não obtenham a salvação pela obediência à lei senão pelos merecimentos de Jesus Cristo, recebem a lei e todos os preceitos de Deus como um meio pelo qual Ele lhes manifesta sua vontade sobre o procedimento dos remidos e guardam-nos tanto mais cuidadosa e gratuitamente por ser acharem salvos de graça.

ARTIGO 22
Do Sacerdócio dos Crentes e dos Dons do Espírito
Todos os crentes sinceros são sacerdotes para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo, que é o mestre, Pontífice e único Cabeça da sua Igreja; mas como Governador da Sua casa estabeleceu nela diversos cargos como de Pastor, Presbítero, Diácono e Evangelista; para eles escolhe e habilita, com talentos próprios, aos que Ele quer para cumprirem os deveres destes ofícios, e quando existem, devem ser reconhecidos pela igreja como preparados e dados por Deus.

ARTIGO 23
Da Relação de para com o seu Povo
O Altíssimo Deus atende as orações que, com fé, em nome de Jesus, o único Mediador entre Deus e os homens, lhe são apresentados pelos crentes, aceita os seus louvores e reconhece como feito a Ele, todo bem feito aos Seus.

ARTIGO 24
Da Lei Cerimonial e dos Ritos Cristãos
Os ritos judaicos, divinamente instruídos por ministério de Moisés, eram sombras de bens vindouros e cessaram quando os mesmos bens vieram. Os ritos cristãos são somente dois: o batismo d’água e a Ceia do Senhor.

ARTIGO 25
Do Batismo com Água
O batismo com água foi ordenado por nosso Senhor Jesus Cristo como figura do batismo verdadeiramente e eficaz, feito pelo Salvador, quando envia o Espírito Santo para regenerar o pecador. Pela recepção do batismo com água a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura aos crentes as bênçãos da salvação.

ARTIGO 26
Da Ceia do Senhor
Na Ceia do Senhor como foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo, o pão e o vinho representam vivamente ao coração do crente, o corpo que foi morto e o sangue que foi derramado no Calvário; que a alma recebeu seu Salvador. O crente faz isto em memória do Senhor, mas é da sua obrigação examinar-se primeiro, fielmente, quanto à sua fé, seu amor e seu procedimento.

ARTIGO 27
Da Segunda Vinda do Senhor
Nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu como homem, em Sua própria glória, e na sua glória de Seu Pai, com todos os santos e anjos; assentar-se-á no trono da Sua glória e julgará todas as nações.

ARTIGO 28
DA Ressurreição para a Vida e para a Condenação
Vem a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e ressuscitarão; os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Os crentes que nesse tempo estiverem vivos serão mudados e sendo arrebatados para sempre com o Senhor. Os outros também ressuscitarão, mas para a condenação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário