terça-feira, 29 de outubro de 2013

MEU NOVO LIVRO "DESIGREJADOS"


PREFACIADO PELO DR. AUGUSTUS NICODEMUS LOPES
 
  A fé cristã histórica e a experiência eclesial vêm sofrendo nos últimos anos fortes questionamentos. O mais impressionante nesta afirmação é que os ataques não estão sendo deflagrados por intelectuais ou céticos que se situam além das fronteiras da cristandade, mas por cristãos que fazem e ou já fizeram parte de alguma igreja cristã. As razões básicas para as críticas passam pela decepção com promessas feitas em nome de Deus e que nunca se cumpriram, além das práticas e ensinos questionáveis ministrados em ambientes eclesiásticos e a repulsa com os maus exemplos das lideranças (pastores, bispos e apóstolos), resultando na deserção de milhões de cristãos protestantes que engrossam a fileira dos descontentes com a igreja. Diante de um cenário incerto, típico da era pós-moderna, qual será o futuro da Igreja Cristã? 
 
  O niilismo eclesiástico tem sido proposto por críticos do cristianismo oficial como solução para uma igreja que consideram obsoleta e irrelevante no mundo contemporâneo e como alternativa à experiência eclesial convencional. Destarte, almejam um cristianismo completamente despido de formas, estruturas e concretude institucional. Tais anseios estariam de acordo com as Escrituras Sagradas e com a realidade dos ajuntamentos? É possível ser um cristão sem o vínculo eclesial?
 
 
ATENÇÃO!
 
 
R$ 35,00 | 14x21cm | 228 pgs | 300g | ISBN 1381415113
 
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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Frank Viola: Fraude ou Inconsistência?

Esporadicamente recebo mensagens por e-mail de leitores do Frank Viola. Seu polêmico livro, Cristianismo Pagão, já pode ser considerado como uma bíblia dos desigrejados, pois na obra, Viola questiona uma série de práticas que, segundo ele, pouco ou nada tem haver com o cristianismo legítimo.

O argumento principal do autor é que o cristianismo foi influenciado pelo paganismo grego e que este entrou pelas portas da igreja através dos teólogos gentílicos que em face de suas tradições helenistas, incorporaram na liturgia cristã aspectos dos cultos pagãos gregos. Desta forma, elementos como o sermão, o clero, o púlpito, as vestes clericais, os corais, tudo, enfim, fora influenciado pelo helenismo e, portanto, é de fundo pagão e, consequentemente, inadequado para a Igreja de Cristo.

Há dois anos li Cristianismo Pagão. É difícil você ficar indiferente à leitura. Viola escreve em estilo provocativo. O livro é agradável de ler. O fiz em uma única assentada!

Há falhas na argumentação principal de Frank Viola. Ele faz um esforço enorme para mostrar como a Igreja de Cristo distanciou-se dos princípios bíblicos por causa do paganismo com o qual os Pais da Igreja eram envolvidos antes de suas conversões e que continuou os influenciando de alguma maneira, mesmo após confessarem Jesus Cristo.

Para Frank Viola o problema estava com os teólogos da Igreja de origem gentílica, marcados profundamente pelo helenismo que caracterizou o mundo nos tempos de Cristo. Eles são os responsáveis pela absorção por parte da igreja dos conteúdos do paganismo do mundo gentílico. Este é o argumento de Viola.

Destarte, há, como disse acima, falhas na abordagem do polêmico escritor, vejamos:

1 – Os teólogos gentílicos que tanto mal fizeram a Igreja de Cristo (de acordo com Viola), são os mesmos que no de 392 d.C, na cidade de Cartago (Atual Tunísia, Norte da África), declararam a oficialização do Cânon das Escrituras do Novo Testamento. Seria, então, o Cânon do Novo Testamento um produto da mente de pagãos helênicos?

O próprio Novo Testamento foi escrito na língua grega. Ao usar tal idioma, os autores sagrados estariam absorvendo ou se rendendo a uma cultura pagã?

2- Os Concílios (Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia), onde as principais formulações teológicas do cristianismo foram compreendidas e explicadas, também são, estranhamente omitidas na magnum opos de Viola. Será mesmo que púlpitos e vestes clericais têm maior poder de contaminação do que o Cânon e as doutrinas (como a divindade de Cristo, por exemplo)?

Por que será que Frank Viola é silencioso quanto estas expressões da Cristandade? Por que não chama, como conseqüência lógica de sua argumentação, de pagão todo o conteúdo do Novo Testamento e, semelhantemente, todas as doutrinas elaboras nos primeiros e mais importantes concílios eclesiásticos?

Seria medo de se expor e cair em desgraça junto aos cristãos, justamente agora que está vendendo milhares de exemplares nos Estados Unidos e outros países, como o Brasil? Fraude?

Ou será que não percebeu que sua argumentação levaria para tal porto? Inconsistência?

Frank Viola também, no capítulo em que se dedica a questão dos templos (assunto excitante para os desigrejados), não leva em conta que a não utilização de templos no século I não ocorre em função de uma perspectiva teológica, mas sim de um horizonte histórico, pois o cristianismo, desde muito cedo fora perseguido, onde os cristãos tinham as suas casas invadidas e eram presos (At 8.3). Ora, se as reuniões domésticas eram alvos de ataques, imagine, então, se templos fossem construídos? Se a casa não era respeitada, como construir templos? E estamos falando de uma perseguição religiosa empreendida pelos líderes judaicos! Imagine a perseguição promovida pelo Império Romano nos tempos de Nero, Domiciano, Décio e outros? Quando a perseguição termina, as condições ideais para reuniões públicas com horário e local marcados surgem.

Os templos são circunstanciais para o cristianismo, mas para Frank Viola é uma fonte mais que segura de contaminação espiritual. Patético e ridículo, pois paredes e bancos não exercem tal poder e influencia sobre ninguém. Nem para o bem e nem para o mal.

Frank Viola idolatra a igreja do Novo Testamento e ignora que as cartas paulinas foram escritas para resolver os problemas das mesmas. Paulo combate todas as formas de carnalidade da Igreja de Corinto; heresia na igreja de Colossos; legalismos na Galácia; agitação e oportunismo em Tessalônica; divisão e heresia em Éfeso. Ou seja, as igrejas caseiras do Novo Testamento, incipientes e pequenas, eram comunidades complicadas e que exigiram de Paulo atenção e admoestação. A própria Igreja Primitiva tinha problemas e tensões entre seus freqüentadores e também entre os seus próprios líderes como deixam claro as passagens bíblicas de At 5 e 6 e 15.36-40 e Gl 2. 11-14, respectivamente. E as Igrejas citadas em Ap 2.1-32, não ficam de fora das crises.