Tropeços
POR: CHARLES LORETI
A vida cristã não está livre de tropeços, enganam-se quem pensa ao contrário. Quando “aceitamos” a Cristo como Senhor e Salvador de nossa alma o pecado deixa de reinar em nosso coração para dar lugar ao rei dos reis, porém, a natureza pecaminosa ainda continua em nosso interior, razão pela qual ainda existe a luta da carne contra o espírito e o espírito contra carne (Gl 5.16-24). O próprio apóstolo Paulo confidencia que o que ele não quer acaba fazendo e o que ele quer acaba não realizando (Rm 7). Tentaremos esboçar um breve discurso sobre este mistério que tanto nos incomoda, pelo menos deveria incomodar.
Recentemente li uma frase de John Owen que diz: “dê um centímetro ao pecado, e logo ele conquistará um quilômetro.”
O pecado, ou melhor, os nossos tropeços é um grande mistério. Como nós, estando mortos para o pecado ainda o praticamos? (mesmo que por descuido) Como nós sendo santos, ainda cometemos ações, palavras e pensamentos que não agradam aquele que nos convocou a sermos santos e irrepreensíveis? Temos a plena consciência de que se dermos uma única brecha, uma única oportunidade ao pecado, como diz a frase supracitada, logo ele causará um enorme estrago em nossa alma, pois a presença de Deus em nossa vida e a comunhão com ele pode ficar comprometida.
Ao mesmo tempo em que temos ódio do pecado, muitas das vezes sentimos prazer em cometê-lo quando tropeçamos. Porque isto acontece na vida daquele que uma vez morreu para o pecado? Por esta razão, os tropeços em nossa vida é um grande mistério que estamos longe de explicar com exatidão.
Aventuro-me a tentar chegar perto de uma explicação declarando que dentro de nós há um traidor (nossas vontades, nossos desejos) este encontra abrigo com a nossa natureza terrena dentro do nosso coração que juntos irão nos levar a tomar a decisão de tropeçar, que por sua vez consumado nós levará à queda e esta pode vir a ser grande e ou levar a erros irreparáveis.
No entanto, temos um antídoto muito eficaz contra este mal (nossa natureza terrena) alojado dentro de nós que é a recomendação de Jesus que diz o seguinte: “orai e vigiai para não entrardes em tentação.” (Mt 26.36) Se seguirmos este simples conselho do mestre, esta bela orientação evitaremos muitos tropeços em nossa vida cristã, pois junto com a tentação temos também o escape (1Co 10.13), basta estarmos orando e vigiando sem cessar, tendo em mente que só atingiremos o patamar da perfeição quando Cristo vier nos buscar e então, assim como ele é seremos. Mas se alguém tropeçar temos um advogado junto ao pai (1Jo 2.1) que com seu antídoto infalível (sangue de Cristo) perdoa nossos tropeços nos purificando (1Jo 1.9), vale lembrar que os tropeços são inesperados, acidentais e não uma ação já premeditada.
Portanto precisamos mortificar a carne, deixar o que é profano, buscar uma vida de santidade se relacionando com o sagrado. Que o Eterno nos abençoe com paz!
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